Viagem urgente
Gestante é transferida por helicóptero para tratamento em Pelotas
m cidades pequenas, o número de casos com os problemas apresentados pela estanciense não é comum
Carlos Queiroz -
Com seis meses de gravidez e estágio avançado de pré-eclâmpsia - pressão alta no período da gestação, com risco de convulsionar - a moradora de Estância Velha desembarcou no Aeroporto Internacional de Pelotas na tarde desta terça-feira (16). Do helicóptero Koala da Brigada Militar, conveniado com a Secretaria Estadual de Saúde, a paciente foi encaminhada para o Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) através do Samu, onde havia um leito na UTI Neonatal a sua espera.
Na tentativa de salvar a mãe e o bebê, a transferência aconteceu via Sistema Único de Saúde (SUS) quando a paciente apresentou pressão alta de uma hora para outra, em 18/12, aumento de peso, perda de proteína na urina e alteração metabólica - sintomas que caracterizam a Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG). De acordo com a médica Scilla Lima, ginecologista e obstetra, com a pressão elevada, ela poderia ter uma convulsão a qualquer momento - o que é diagnosticado como pré-eclâmpsia.
Ao chegar no HE, após passar pela avaliação laboratorial, não necessitou de uma medida de emergência para a retirada da criança. Com a pressão controlada, o objetivo da doutora é, mesmo com prioridade na saúde da mãe, tentar chegar o mais próximo das 34 semanas de gestação para que o bebê se desenvolva bem. Sem o acompanhamento em um setor específico, não haveria como o bebê crescer adequadamente. “Esta paciente precisava estar dentro de um hospital com UTI Neonatal”, ressaltou Scilla.
Em cidades pequenas, o número de casos com os problemas apresentados pela estanciense não é comum. No entanto, duas instituições de Pelotas são referência em atendimentos do tipo grave na obstetrícia: diabetes, pré-eclâmpsia e prematuros. Assim, este tipo de acompanhamento é feito com frequência pelos profissionais do local e a paciente passa bem.
A distribuição dos leitos SUS
De todos os hospitais com o serviço no Rio Grande do Sul, o leito foi encontrado em Pelotas, através da Central de Regulação do Estado. De acordo com a diretora de Gestão Ambulatorial e Hospitalar, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Rosangela Soares, quando existe a procura pela vaga na central, se não houver uma pessoa da cidade necessitando ocupá-la, esta é liberada para o atendimento de outros pacientes.
Serviço aéreo da Brigada Militar
Desde janeiro deste ano, a Brigada Militar vem realizando atendimento com duas aeronaves disponíveis. Ambas funcionam com direcionamento à saúde e ao policiamento em todo o Estado e pela primeira vez atuou em Pelotas. Como os equipamentos de uma ambulância do Samu, os helicópteros Koala contam com respirador, desfibrilador, oxigênio e medicação. Junto com a paciente, viajou a médica Analice Cattani e a enfermeira Andréia Pinheiro. Ele foi pilotado pelo capitão da Brigada Militar Marcelo Budel, e também acionado pela Central de Regulação do Estado.
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